O Culto é, de acordo com a teologia cristã, o momento de reunião santa do povo, em que Deus encontra-se com a assembleia dos crentes.
Quando pensamos em teologia do culto cristão, há muitas coisas que poderíamos dizer. Esse texto, porém, possui como objetivo descrever como é o culto na Igreja Reformada Ortodoxa.
Por isso, explicaremos hoje cada parte de nossa ordem de culto (ou ordem litúrgica):
ORAÇÃO INICIAL
Todo culto cristão começa com uma invocação a Deus, para indicar que as ações seguintes serão ações específicas de adoração. Na IRO, reconhecemos que toda a vida cristã é um sacrifício agradável a Deus (Romanos 12:1), mas entendemos também que o culto prestado na reunião do povo é uma adoração única e especial.
Nos nossos cultos, como em todos os cultos reformados, o pastor começa invocando a Deus, e rogando o perdão dos pecados cometidos por ele e pelo povo ao longo da semana.
Em seguida, pede-se que Deus guie cada ato que se seguirá, de forma que todos adorem de forma bíblica e correta.
Por fim, pedimos pela Palavra que será pregada.
Ao longo do culto, são feitas várias outras orações, dependendo da situação específica e do ato que se seguirá.
CÂNTICOS
Durante o culto, nós intercalamos outros atos com o louvor.
Normalmente, cantamos um louvor, depois o pastor lê um capítulo dos Salmos, depois cantamos ainda outro louvor.
Dessa forma, com essa alteração de atos durante nossa reunião, é mais fácil manter a atenção no culto. Afinal, sabemos que a carne resiste à ideia de adorar a Deus, e que, portanto, a desatenção é um fator que prejudica fortemente muitos cristãos durante a liturgia.
Em média, entoamos quatro cânticos na adoração pública. Três deles são Salmos e o outro normalmente é um hino cuja teologia reflita com clareza o ensino da Palavra.
Isso mesmo, nós cantamos Salmos.
Se você é um cristão evangélico juiz-forano, é bem possível que nunca tenha cantado os Salmos. Seja na igreja local, seja na vida como um todo, são poucos os evangélicos que possuem o hábito de cantar as músicas que Jesus Cristo e os Apóstolos cantavam ao se reunirem para adorar a Deus.
Nossa congregação, por outro lado, decidiu retomar essa prática que remonta ao culto da Igreja nos seus cinco primeiros séculos, e também ao culto praticado por todos os reformados após o século XVI.
Além disso, durante o cântico, os instrumentos são utilizados de forma extremamente comedida, e somente para auxiliar os irmãos a encontrarem o tom da música com maior facilidade.
Por isso, arriscamos dizer que somos uma das poucas igrejas evangélicas que nunca incomodaram seus vizinhos com barulho.
LEITURAS
Em todos os cultos, são lidos dois capítulos da Palavra: um do Novo Testamento e um dos Salmos.
Dessa forma, nossa congregação ganha mais e mais familiaridade com o texto bíblico, além de crescer no entendimento de que a Escritura foi dada não somente a indivíduos, mas, principalmente, à Igreja.
CREDO
O Credo Apostólico, longe de ser uma confissão de fé dos seguidores do Papa, é, na verdade, a expressão mais exata da nossa religião cristã. Como coloca certo autor, “ser cristão é crer no Credo Apostólico”.
Por isso, o Credo é, em todos os cultos públicos da IRO, lido pelo ministro ou recitado pelo povo e pelo ministro, juntos.
PREGAÇÃO
A Bíblia ensina que Deus salva pecadores por meio da pregação (1Coríntios 1:21). Também ensina que a pregação é um meio de confortar o cristão em suas lutas, tentações, fracassos, etc.
Em última análise a pregação da palavra, um poderoso meio de incentivar um cristão a ser fervoroso em sua fidelidade ao Senhor Jesus Cristo.
Por isso, todos os nosso cultos no Dia do Senhor contam com uma pregação de mais ou menos 40 minutos a 1 hora. Dessa forma, evitamos a estranha prática de algumas igrejas que preferem colocar a maior parte do culto como “adoração” e somente os 15-20 minutos finais como pregação.
Na verdade, a pregação é um ato de adoração! Tanto da parte do pastor, que, ao pregar, cumpre o chamado de Deus para sua vida, quando da parte do povo, que, ao escutar, também adora a Deus, reconhecendo a importância da Palavra.
CEIA
Em seguida, comemoramos a Ceia do Senhor, que nos ensina sobre o sofrimento e a morte de Jesus por nossos pecados, e lembra-nos da certeza da Ressurreição dos mortos, que se dará quando Jesus Cristo vier (1Coríntios 11:26).
OFERTAS
É do entendimento do conselho de presbíteros da IRO (no total, são três presbíteros) que as ofertas fazem parte do culto a Deus, e não somente da vida de piedade do cristão.
Portanto, após a Ceia, todos os que quiserem podem dar suas ofertas voluntárias.
Ao ofertar em nossa igreja, ninguém ganhará uma casa própria nem um carro melhor. Pelo menos, não necessariamente. Todavia, essa pessoa estará fazendo uma obra que agrada o Senhor, pois as ofertas nos auxiliam a sustentar os compromissos financeiros da igreja!
BENÇÃO
Nesse momento, assim como os Levitas abençoavam o povo de Deus, e, com isso, “colocavam o nome de Deus sobre o povo” (Números 6:22-27), o pastor que estiver conduzindo o culto também abençoa os presentes e roga pelo bem da Igreja em toda a terra.
CONCLUSÃO
Com isso, termina o nosso culto (e este texto também).
Caso tenha ficado interessado em entender como o nossa reunião ocorre na prática, lembre-se de visitar nossa igreja no próximo Dia do Senhor!
Para saber se o culto será de manhã ou de noite, basta enviar uma mensagem para o Instagram de nossa igreja!
Uma resposta em “O Culto da Igreja Reformada Ortodoxa”
[…] artigo é uma continuação dos textos escritos pelo irmão Enzo Fontes, nos quais ele aborda nossa liturgia e algumas características de nossa […]